quarta-feira, 30 de maio de 2007

Atividades da Semana

AÇÕES PREVISTAS PARA ESTA SEMANA:
  • Refinamento e finalização da construção do artefato
  • Finalização da análise e discussão dos dados da entrevista

AÇÕES REALIZADAS DURANTE A SEMANA:

  • Categorização dos dados da entrevista
  • Análise e discussão desses dados

terça-feira, 29 de maio de 2007

Pensamento Francês

Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "história" a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo que cada aluno é uma "entidade" sui generis, portador de um nome, também de uma "história", sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo para acontecer nesse espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. Espaço artesanal.


Maurice Blanchot, Le paradoxe d'autre, Les Temps Modernes
Junho de 1946, p. 1580

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Discussão

Moscovici, dentre outros teóricos, destaca que o homem não absorve os conteúdos tais quais lhe são repassados. Ao contrário, segundo ele, os sujeitos os reformulam quando com eles se deparam. Essa reformulação ocorre principalmente devido ao fato de o indivíduo ser ativo e não meramente passivo diante do mundo. Ele pode às vezes simplesmente reproduzir os significados recebidos, mas em outras, a apropriação que faz da realidade passa por um processo de reorganização dos significados que lhes foram fornecidos. Uma das maneiras do indivíduo se apropriar dos aspectos da realidade seria via representação social, compreendida como “uma forma de conhecimento elaborado e compartilhado, tendo uma perspectiva prática e concorrendo para a construção de uma realidade comum a um conjunto social” (MOSCOVICI, 1978).

Segundo Jodelet (1986) é a representação social desenvolvida no próprio processo de interação social, particularmente, naquelas situação relativas à difusão dos conhecimentos artísticos e científicos. De acordo com o autor, as representações sociais poderiam ser consideradas, num sentido mais amplo, como uma forma de pensamento social, da mesma forma que esse pode ainda ser concebido como a realidade que é formulada pelos sujeitos dos diversos segmentos de uma sociedade. São esses significados compartilhados que possibilitam a construção de perspectivas comuns.

Segundo Chacón (2003) tanto os professores como os alunos possuem visões próprias sobre a matemática e seu ensino, e que esses conhecimentos subjetivos podem acarretar um obstáculo a respeito de mudanças. Se o professor se permitir práticas de ensino diferentes, poderá encontrar resistência por parte dos alunos, já que estes podem deter algumas crenças sobre como deve ser a aprendizagem da matemática. Sob este aspecto poderão manifestar reações emocionais negativas. O professor deverá ajudar os alunos a saírem deste estado de bloqueio a partir de atividades matemáticas compreensíveis e relacionadas com a sua realidade. Tanto as exigências cognitivas quanto às afetivas são importantes para a aprendizagem.

Para Jodelet (2001) as representações são frutos da interação entre indivíduos, integrados em determinadas culturas que, ao mesmo tempo, constroem e produzem uma história individual e também produzem uma história social. Dessa forma, a maneira como os amigos, os familiares, os meios de comunicação social e a própria escola, concebem a matemática (valorizando-a mais ou menos, considerando-a mais ou menos difícil, mais ou menos útil, mais ou menos interessante, etc.) contribui, conjuntamente com os dados da sua experiência individual, para a forma como o indivíduo vai construindo a sua representação da matemática.


CHACÓN, M. I. G. Matemática Emocional: os afetos na aprendizagem matemática. Porto Alegre: Artmed, 2003.
JODELET, D. La representación social: fenômenos, concepto y teoria. In: MOSCOVICI, S. (org). Psicologia Social. Barcelona: Pidós, 1986, v.1. p. 469-494.
JODELET, D. (org.) As representações sociais. Rio de Janeiro: Ed. Uerj, 2001.
MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.


quinta-feira, 24 de maio de 2007

Atividades da Semana

AÇÕES PREVISTAS PARA ESTA SEMANA:
  • Categorização das informações da entrevista com os alunos
  • Contato com profissional do artefato
  • Início da montagem do relatório técnico

AÇÕES REALIZADAS DURANTE A SEMANA:

  • Transcrição dos dados da entrevista
  • Categorização das informações do estudo piloto
  • Elaboração do roteiro do artefato

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Metodologia

Nossa metodologia está baseada em MARIA INÊS GÓMEZ CHACÓN.

Para entender a importância da relação que se estabelece entre afetos – emoções, atitudes, crenças – e aprendizagem matemática, basta verificar que:

"Ao aprender matemática, o estudante recebe estímulos contínuos associados a ela – problemas, atuações do professor, mensagens sociais, etc. – que geram nele uma certa tensão. Diante desse estímulos reage emocionalmente de forma positiva ou negativa. Essa reação está condicionada por suas crenças sobre si mesmo e sobre a matemática. Se o indivíduo depara-se com situações similares repetidamente, produzindo o mesmo tipo de reações afetivas, então a ativação da reação emocional (satisfação, frustração, etc.) pode ser automatizada e se "solidificar" em atitudes. Essas atitudes e emoções influem nas crenças e colaboram para sua formação." (Chacón, 2003, p.23)

Esse caráter cíclico de ligação entre a aprendizagem e os afetos, ainda de acordo com Chacón (2003) deve ser entendido em seus vários aspectos:

1.Tomar consciência da atividade emocional durante a aprendizagem pode servir com um elemento de auto-regulação para o aprendiz: serve para aumentar a responsabilidade do aluno no planejamento, no controle da aprendizagem e na avaliação;

2.Observar as emoções, atitudes e crenças do aluno em relação à Matemática oferece indícios das experiências que teve como estudante, da perspectiva profissional do professor e da sensibilidade social do contexto em que o ensino se desenvolve;

3.Os conhecimentos subjetivos pertencentes às crenças dos professores se traduzem em sua maneira de ensinar, do mesmo modo que os pertencentes às crenças dos alunos se traduzem em bloqueios e resistências a alguns tipos de aprendizagem;

4. As exigências afetivas para a aprendizagem devem ser tão estudadas quanto as exigências cognitivas, pois a imagem que os alunos e os professores têm da matemática podem servir como referência para novas estratégias de ensino e como crítica para certos métodos.

CHACÓN, Inês M. G. Matemática Emocional: os afetos na aprendizagem matemática. Porto Alegre: Artmed, 2003.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Atividades da Semana

AÇÕES PREVISTAS PARA ESTA SEMANA:
  • Transcrição dos dados da entrevista
  • Categorização dos dados transcritos

AÇÕES REALIZADAS DURANTE A SEMANA:

  • Entrevista com os alunos do 3º ano do ensino médio

Estudo Piloto

Segue abaixo trechos da entrevista piloto realizada:

"... agora no ensino médio que comecei a gostar de matemática, pq a matemática não é uma coisa que você consegue ler em casa e aprender, às vezes só um professor te instruindo você consegue aprender... a matemática precisa disso... eu ficava com raiva de pegar a matéria em casa e não conseguia aprender (...) tô lendo mas não estou entendendo nada ..."

"Tem professor que consegue chamar a atenção do aluno para a matéria, chega na sala todo mundo presta atenção e tem professor que chega na sala e todo mundo tá disperso, não tem aquele método de ensino que chama o aluno para prestar a atenção na aula ..."

"... parece que o professor tem uma química com o aluno, não sei, sabe, mas tem professor que só a maneira de falar, a linguagem (...) quando ele usa com o aluno consegue chamar a atenção, não quero dizer linguagem de jovem até porque o professor tem uma linguagem mais formal ..."

"... um professor que chega, pega, vai fundo na matéria, tira as dúvidas detalhadas, é objetivo, é um bom professor ..."

"... conversa, comentários, a gente dispersa e presta atenção ..."

"... não sei te responder porque tenho dificuldade em matemática ... mas tenho dificuldade ..."

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Refino do Projeto de Trabalho

PROBLEMA:
Diante da realidade do insucesso que tem sido relatado com relação ao processo ensino e aprendizagem da Matemática, percebe-se a necessidade de uma comunicação eficaz entre professores desse conteúdo e estudantes visando melhor desempenho educacional.

OBJETIVO GERAL:

Identificar e contribuir para minimizar o insucesso da comunicação entre professores e estudantes com relação à Matemática e, conseqüentemente o processo ensino-aprendizagem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Identificar as representações sociais sobre a matemática entre estudantes do ensino médio de uma escola pública.


Identificar as representações sociais sobre a mediação do professor de matemática entre estudantes do ensino médio de uma escola pública.

Verificar se as representações estão relacionadas com o nível de identificação e afeto do professor pelo conteúdo ministrado.

Construção de uma charge como artefato facilitador da integração prática e subsídio para professores de Matemática, no sentido de estimular competências, capacidades emocionais e cognitivas dos discentes em escola pública de nível médio.

sábado, 12 de maio de 2007

Atividades da Semana

AÇÕES PREVISTAS PARA ESTA SEMANA:

  • Dimensionamento quanto à postura dos entrevistadores no universo de estudo
  • Refino do projeto de trabalho, com as reformulações necessárias: inclusão do objeto charge na introdução, justificativa e objetivo específico
  • Reestruturação do título
AÇÕES REALIZADAS DURANTE A SEMANA:

  • Realização do estudo piloto
  • Início do processo de elaboração da charge
  • Análise do projeto de trabalho juntamente com o orientador

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Era Digital!!!

“A charge precisa ser utilizada com critérios, de forma a responder ao investigador as questões propostas em suas reflexões, a fim de que contribua para o progesso do saber histórico, extraindo desta o seu potencial informativo, caso contrário ela apenas se consolida como mero apetrecho ilustrativo de uma obra. Reside aí o desafio proposto ao historiados quando se propõem a incorporar ao seu trabalho o estudo iconográfico” (KASSOY, 1989, p. 91).

KASSOY, B. Fotografia e história. São Paulo: Ática, 1989.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Conversas por Email...

Durante a semana, tivemos várias discussões a respeito do artefato e do estudo piloto!!!

“... para fazer esta entrevista é preciso “situar” o entrevistado quanto ao assunto, falar o motivo da pesquisa, na realidade direcionar quanto à temática que queremos abordar.”

“... devemos elaborar um roteiro, um parágrafo, para que nos sirva de guia, ou seja, para que todos os entrevistados tenham a mesma contextualização, a mesma explicação sobre o nosso trabalho.”

“... explicar e "direcionar" os alunos quanto à entrevista (não é questionário! Hehehehe!).”

“... o projeto amadureceu, devido à busca pela revisão de literatura. Acho isso bacana, pois é sinal de que estamos evoluindo ...”

"... relendo o projeto, adivinha o que ficou faltando??? No cronograma, a construção do artefato!!! Ninguém merece!!! rs rs"

“... senti falta de citarmos algo vinculado ao artefato no projeto, mas como o essencial estava lá, não me preocupei; certamente haverá algumas mudanças, o que é esperado para toda e qualquer avaliação inicial de projeto ...”

“... não devemos nos preocupar com a descrição do artefato no projeto e sim no relatório técnico, temos que definir a idéia pra ficar mais fácil na construção!!! rs”

sábado, 5 de maio de 2007

Para descontrair...

"... a representacao não é apenas esforço de formulação mais ou menos coerente de um saber, mas também interpretação de sentido ..." (HERZLICH, 1984).

Moita Lopes (2003) afirma que, ao se conceber a linguagem como discurso, deve se considerar que há sujeitos em um contexto de interação e, para discutir essa temática, deve se entender que todo discurso comporta, em seu conteúdo, as marcas identitárias de seus interlocutores.

"... representando-se uma coisa ou uma noção, não produzimos unicamente nossas próprias idéias e imagens: criamos e transmitimos um produto progressivamente elaborado em inúmeros lugares, segundo regras variadas ..." (MOSCOVICI, 2001).


HERZLICH, C. Médécine moderne et quête de sens: la maladie signifiant social. In: AUGÉ, M.; HERZLICH, C. (Org.). Le sens du mal, anthropologie, histoire, sociologie de la maladie. Paris: Archives Contemporaines, 1984.
MOITA LOPES, Luiz Paulo. Socioconstrucionismo: discurso e identidades sociais. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo (Org.). Discursos e identidades. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003.
MOSCOVICI, Serge. Das representações simbólicas às representações sociais. In JODELET, Denise (Org.). As representações sociais. EdUERJ, RJ: 2001. P.45-66.

Atividades da Semana

AÇÕES PREVISTAS PARA ESTA SEMANA:
  • Finalização do projeto de trabalho
  • Estudo piloto
  • Contato com terceiros para produção do artefato

AÇÕES REALIZADAS NESTA SEMANA:

  • Finalização da metodologia proposta
  • Escolha do universo de estudo
  • Perguntas a serem realizadas no estudo piloto

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Objetivos Refinados

OBJETIVO GERAL:

Investigar as representações sociais sobre a matemática entre estudantes do ensino médio de uma escola pública.

OBJETIVO ESPECÍFICO:

Identificar as representações sociais sobre a mediação dos professores de matemática entre estudantes do ensino médio de uma escola pública.

Verificar se as representações estão relacionadas com o nível de identificação e afeto do professor pelo conteúdo ministrado.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Questões sobre a Metodologia

Durante a elaboração da metodologia, vários questionamentos foram levantados por e-mail. Principalmente em relação ao universo de estudo.

Discutimos sobre dois:

- escola regular pública

- mostra de profissões da UFMG


Algumas questões levantadas na escola regular:

"... muitas variáveis a serem consideradas: idade, local, classe social, competência intelecutal, habilidade ..."

"... carta de pesquisa (apresentação) que, por se tratar de alunos menores de 18 anos, deve ser assinada por responsável legal. O aluno deve ter a carta em mãos em tempo útil, hábil, antes da execução da nossa coleta de dados, para que o responsável possa dar o aval ..."

"... professor e aluno pertencentes ao mesmo contexto, o que poderá ser algo que poderemos utilizar como ponto de partida para discussões"

"... alunos com convívio social intenso, fato que apresentará as diferenças que queremos comentar"


Algumas questões levantadas na mostra de profissões:

"... sem carta de pesquisa, pois é uma feira, e a partir do momento que os pais permitiram que os filhos visitassem, qualquer intervenção ética poderá ser realizada"

"... amostra maior. Parâmetros como local, idade e renda não são necessários pois todos estarão no mesmo perfil, ou seja, alunos participantes da Mostra das Profissões da UFMG"

"... confronto dos dados levantados com que parâmetros, pois inicialmente iríamos fazer um paralelo entre professor e aluno"

"... como delimitaremos nossa amostra? Na UFMG existirá uma diversidade muito grande"